COLUNA SOCIAL E POLITICA
Isso sem impostos. O Ferretti 881 RPH, de fabricação italiana, chega a valer por aqui cerca de 20 milhões de reais. iG teve acesso ao interior desta embarcação, que ficou exposta na feira náutica “Rio Boat Show”, no Rio de Janeiro, até sexta-feira passada
Fotoshow: Confira as fotos do interior do Ferretti 881 RPH
Na sala, espaçosos sofás, uma TV de plasma de 55’, mesa de jantar para oito pessoas. Cozinha com todos os eletrodomésticos necessários a um bom conforto, além de quatro suítes, duas de casal e duas de solteiro. Sendo que, em uma das suítes, vista externa nas duas laterais bem no nível do mar, além de uma banheira de hidromassagem. Na parte de trás, um deck para guardar dois jet-ski’s, uma lancha com motor, jacuzzi e ampla área de convivência.
Divulgação
Poderia ser perfeitamente a descrição de um confortável apartamento de veraneio. Mas se trata do Ferretti 881 RPH, o maior e o mais caro barco de lazer no país atualmente. De fabricação italiana, seu valor é um mistério. Assim como o proprietário, que não gosta de aparecer, os executivos da empresa responsável pela importação não gostam de falar em números. A reportagem do iG apurou com pessoas que lidam com este tipo de embarcação que o modelo de Ferret 881 está avaliado em cerca de 20 milhões de reais. NO exterior, ela é vendida por 6 milhões de euros.
A casa que Madonna comprovou no ano passado em Nova York está avaliada em 40 milhões de dólares. Ou seja, quatro Ferrettis como esta. Uma espaçosa cobertura em Ipanema, com vista para o Arpoador, custa em torno de 10 milhões de reais. A metade do que custa o barco.
Um dos pontos que mais encarecem o barco se refere à alta carga fiscal cobrada no país. Chega-se a pagar até 80% mais do valor inicial, só em impostos cobrados pela Receita Federal para a importação de embarcações como esta, de luxo e de grande porte. “É um barco para poucos”, define Nelson Waisbich, diretor da importadora Ferretti Brasil. “A construção demora uns nove meses. Como este, do mesmo modelo, há apenas 49 no mundo”, continua ele.
Leo Ramos
Números oceânicos
Entre os pontos-chave que fazem desse barco um atrativo a mais em relação aos outros está na sua estrutura. Além da cabine interna do piloto, há como adicional um deck superior de comando. O Ferretti 881 RPH foi equipado com motores MTU 16V 2000 M92 (Mitsubish), com 2.211 cavalos de potência, alcançando uma velocidade máxima de 29 nós, com velocidade de passeio de 26 nós.
O comprimento total do barco, que tem capacidade para ter 20 pessoas a bordo, é de 88 pés, o equivalente a, aproximadamente, 29 metros de extensão. Um mecanismo elétrico serve como “amortecedor”, para evitar o incômodo do balanço das ondas. Isso só faz aumentar a sensação de que se está dentro de um apartamento, e não no meio do oceano. “Toda a parte elétrica foi adaptada para o Brasil. O painel de comando, por exemplo, está em português, a pedido do cliente”, diz Waisbich.
Leo Ramos
Vista eterna para o mar
Imagine acordar e ter diante de sua cama, como vista da ampla janela, a imensidão do mar. Aliás, quando deitada, a pessoa fica exatamente da linha do nível do mar. Esta é a sensação que oferece a maior suíte do barco. Além da cabine principal, há duas suítes com camas de solteiro e a cabine “vip” na proa. Armários estão por toda parte, mesmo que sejam difíceis de serem percebidos. As paredes revestidas em madeira-naval servem de acomodações para objetos variados. Para todos os lados, onde quer que se abra, há discretos compartimentos com prateleiras. Um quadro da pintora italiana Vittoria Vanghelis, feito especialmente para a embarcação, ocupa toda a parede da sala de jantar. No total, sete TV’s de plasma estão espalhadas pelos cômodos.
Um dessalinizador, no quarto das máquinas, permite que a água do mar seja potável, em uma capacidade de 180litros/hora. Há ainda dois quartos extras para a tripulação. São quatro funcionários fixos para dar conta de tanto trabalho. Um rápido passeio e, já de volta ao cais, é preciso lavar todo o barco. “Não se prepara um barco desses para cair no mar com menos de quatro horas de antecedência. É preciso verificar todos os detalhes. É um barco que exige tempo para ficar pronto”, diz um dos marinheiros fixos do Ferretti, que pede para não ser identificado.
Gastos extras
Tão difícil quanto precisar o valor da embarcação é estipular o quanto se gasta para manter uma “casa” como esta. “Quem compra um barco como este não está interessado em saber quanto vai gastar todo mês com ele”, diz um outro funcionário. Dá para imaginar, por alto, que o valor é tão salgado quanto a água do mar.
Na lista de gastos estão: pagamento da tripulação, quatro pessoas fixas; aluguel da marina, para mantê-lo estacionado (o que gira em torno de 4 mil por mês, no caso da Marina da Glória, para este tipo de barco); manutenção (troca de peças, revisão, limpeza) e combustível. O tanque tem capacidade de 7 mil litros, com autonomia para navegar por até 12 horas. No total, estima-se que uma “voltinha” de uma hora, por águas tranquilas, com o Ferretti 881 equivale a um gasto de R$1200. Quase uma passagem de ida e volta para Nova York.
Leo Ramos
QUEM É DONO ?
Ele não gosta de aparecer. Avisado da equipe de reportagem, foi embora pouco antes. A tripulação não cita nada que dê margem a especulações sobre o possível proprietário desta mega casa flutuante. Os porta-retratos, todos digitais, foram desligados. O que se sabe, conforme apurado, é que ele tem filhos, é casado, tem um cachorro labrador, adora beber saquê (várias garrafas na geladeira) e mora em São Paulo.
Assim que a feira náutica “Rio Boat Show” terminou, na sexta-feira (16), o Ferretti 881 RPH foi levado pela tripulação de volta ao píer onde permanece, no Guarujá. O dono preferiu retornar de avião.
Assim que a feira náutica “Rio Boat Show” terminou, na sexta-feira (16), o Ferretti 881 RPH foi levado pela tripulação de volta ao píer onde permanece, no Guarujá. O dono preferiu retornar de avião.
FOTO: DIVULGAÇÃO.
FONTE:IG.COM.BR
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