Duros na queda, esses fragmentos de planetas desintegrados ou de asteroides que atravessaram o espaço sideral e caíram na terra estão entre os materiais mais resistentes que a humanidade conhece. Como não poderia ser diferente, os meteoritos recuperados após o incêndio no Museu Nacional/UFRJ, em setembro de 2018, foram novamente reunidos e terão protagonismo mais uma vez com a exposição Ressurgindo das Cinzas, que será inaugurada em 28 de novembro no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST). Fruto da parceria entre o MAST e o Museu Nacional/UFRJ, a mostra exibirá 39 peças do acervo do Museu Nacional, sendo 37 meteoritos metálicos e rochosos, uma adaga feita de ferro meteorítico e um totem que conta a história do famoso meteorito Bendegó e que, curiosamente, escapou das chamas que consumiram o Palácio Imperial de São Cristóvão. A curadoria é assinada por Elizabeth Zucolotto, chefe do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional/UFRJ e curadora da Coleção de Meteorítica, também responsável pela mostra Da Gênese ao Apocalipse, exibida no Museu Nacional/UFRJ entre 2015 e 2018 e que serve de base para esta exposição.
“Os meteoritos foram, em sua maioria, retirados das cinzas no dia seguinte ao incêndio do dia 2 de setembro. Esta é a primeira oportunidade de reuni-los em uma remontagem da exposição que já estava aberta”, explica Elizabeth Zucolotto, curadora da exposição.
Entre as curiosidades do acervo estão um holograma do Bendegó –criado a partir de fotografias retiradas para reprodução em 3D – e também uma parte deste meteorito, uma vez que a rocha com 5,3 toneladas de ferro e níquel permanece no hall de entrada do Museu Nacional. A maior peça da exposição é o meteorito Santa Luzia, que pesa cerca de 2 toneladas e por este motivo ficará exposto no gramado em frente ao Prédio-Sede do MAST, no Sistema Solar em Escala, entre os totens de Marte e de Júpiter, representando a região espacial onde há um cinturão de asteróides. Outros destaques da mostra são o pedaço do Cape York (o maior exposto em um museu, no American Museum of Natural History, em Nova York), o fragmento do Chelyabinsk (que caiu na Rússia em 2013 deixando um rastro de destruição, muito noticiado na época), além de alguns meteoritos que foram encontrados na época do Império, como o Itapicuru.
"É uma grande alegria realizar esta parceria com o Museu Nacional/UFRJ, a mais antiga instituição científica do Brasil e um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. Agradeço, em especial,à curadora Elizabeth Zucolotto e pela oportunidade de abrigar de volta o meteorito Santa Luzia, que ficou exposto neste Museu entre 2011 e 2015", afirma Anelise Pacheco, Diretora do MAST.
“A mostra sobre os meteoritos é mais uma prova que o Museu Nacional está vivo. E podemos, a partir dela, levar informação científica à sociedade brasileira. Seguimos fortes na reconstrução da instituição científica mais antiga do país.É importante registrar que nada disso seria possível sem a solidariedade das instituições do nosso país, como o MAST, e somos muito gratos”, relata Alexander Kellner, Diretor do Museu Nacional.
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