LETÍCIA SPILLER
No circuito artsy em torno da ArtRio, a exposição “Jorge Guinle – Uma pincelada certa vale mais do que uma boa ideia” aberta pela Danielian Galeria, na Gávea, recebeu 300 pessoas, não só do Rio, mas de outras cidades. Nem a chuva, que depois amainou, atrapalhou a celebração. Com mais de 85 obras, entre pinturas e desenhos (inéditos) do grande pintor Jorge Guinle (1947-1987), além de homenageá-lo, os irmãos Ludwig e Luiz Danielian inauguraram um pavilhão expositivo construído no terreno da Galeria, que acrescenta 600 metros quadrados aos 900 metros quadrados da casa principal da instituição. Um espaço coberto entre as duas edificações abrigará um café, para atender ao número crescente de visitantes. Ontem os drinques feitos com Bombay Sapphire eram nomeados com pinturas na mostra: “Berlin Affair”, “Listen to the Blues”, “Night in Tunísia”.
Os curadores Marcus Lontra Costa – responsável pela histórica mostra “Como Vai Você, Geração 80?”, em 1984, na EAV Parque Lage, junto com Paulo Roberto Leal (1946-1991) e Sandra Magger (1956-2018) – e Rafael Peixoto agruparam as obras de acordo com os períodos de criação do artista. Na primeira sala, as impactantes pinturas produzidas em 1987, ano da morte de Jorge Guinle, em que após pintar, ele girava as telas para que as tintas escorressem sobre o que já estava feito. Na sala ao lado, as obras feitas no início dos anos 1980, com uma presença maior do fundo branco. No andar de cima, os desenhos inéditos feitos pelo artista, e telas dos anos 1980 e uma da década de 1960.
No novo pavilhão, o imponente espaço foi reservado para as pinturas criadas entre 1983 e 1987, que caracterizam a produção do artista, considerado um dos principais na arte brasileira século 20, com relevância internacional no âmbito da abstração, e uma referência para a chamada Geração 80. As obras são oriundas de diversas coleções particulares.
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