FOTO: DIVULGAÇÃO /INDEX/GQ
Rodrigo Pessoa, Álvaro "Doda" de Miranda Neto, Pedro Veniss e Eduardo Menezes receberam com exclusividade a GQ em Lasne, a 23 quilômetros da capital da Bélgica, para mostrar como é o dia a dia dos quatro cavaleiros que representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016.
O local é a base de treinos dos quatro atletas, que já estão acostumados com o clima europeu. Com exceção de Pessoa, que tem pais brasileiros mas nasceu na França, todos começaram o hipismo no Brasil ainda crianças e deixaram o país antes dos 20 anos para consolidarem suas carreiras no exterior - Bélgica, Holanda e Alemanha, berços dos melhores cavalos e das provas mais importantes dos circuitos locais e internacionais, são os principais pólos de concentração do mundo profissional do esporte.
Apesar do estilo de vida europeu, os atletas mantêm as raízes brasileiras: conversam em português entre si (inserindo aqui e ali termos em francês do jargão do mundo dos cavalos), comentam os últimos (e maus) resultados da seleção brasileira de futebol e trocam dicas de onde encontrar a melhor carne daquele lado do Atlântico (perto da Gare du Midi, no centro de Bruxelas, diz Menezes). Todos são amigos.
Os quatro cavaleiros rejeitam qualquer ironia sobre sua nacionalidade nas competições internacionais. “Meu sangue é brasileiro, meus familiares também, acompanho o que acontece no país”, declara Pessoa. Todos sabem que, quando entrarem com seus cavalos na pista do Centro Olímpico de Hipismo, no subúrbio carioca de Deodoro, estarão sob os olhares de milhões de torcedores, como nunca antes.
“Passamos a vida inteira competindo na terra dos outros,com pouca gente torcendo por nós. Será uma alegria ter uma torcida em peso de verdade, isso deve nos contagiar”, diz Doda, que admite estar passando por um período de bastante demanda emocional devido à separação de Athina Onassis, a única neta viva do lendário armador grego Aristóteles Onassis, com quem foi casado por dez anos. “Aprendi que as coisas se resolvem com o tempo, que o melhor é ficar tranquilo e agir da maneira como acho certa”, afirma.
Sobre o desempenho nas provas, eles explicam que depende muito mais do animal do que do atleta – em uma proporção de 70% contra 30%, na definição dos próprios cavaleiros brasileiros. Um pouco como na Fórmula 1. “A parte física do esporte é feita pelo cavalo. Nosso trabalho é fazer com que ele se concentre e responda da melhor maneira na hora certa. Não há margem para erros nessa modalidade. Naquele minuto e meio da prova, você e o cavalo precisam ser perfeitos”, afirma Menezes.
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