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sexta-feira, setembro 25, 2020

MATHEUS BARROS FALA DAS NOVAS OPORTUNIDADES DA ECONOMIA NESTE MOMENTO DE CRISE MUNDIAL !!!

CEO DA BG MATHEUS BARROS  

“Não deveríamos nos questionar como um simples vírus destrói a economia mundial em 6 meses? Isso já seria o suficiente para qualquer pessoa repensar seus conceitos.”

1. Como empresários podem reconfigurar antigas alianças e sedimentar novas durante esse período de crise?

Toda a crise também é uma oportunidade. Toda a dificuldade que se apresenta para um ser humano, empresa ou sociedade é, no nosso ponto de vista, um “alerta” de que algo não vai bem e se conseguimos entender e interpretar esse “alerta” podemos modificar a maneira como estamos conduzindo nossas atividades. O atual sistema regente no planeta de negócios está sofrendo e vai continuar sofrendo um profundo “alerta” para que uma transição de um novo sistema seja finalmente iniciada. Isso não se trata de uma disputa entre capitalismo e socialismo como muitos tendem a compreender; isso se trata de um reconhecimento de que tanto um sistema como o outro falharam e que um novo sistema, neste caso o da cooperação, precisa ser lentamente implantado. Ou temos a coragem de reconhecer que não podemos continuar e aceitar que mais de 1 bilhão de pessoas ganhe $1 dólar por dia ou estaremos fadados a novas crises e novos alertas ainda piores. Essa mudança tem que ser tratada por governos, empresários, bancos, embaixadores e pela sociedade como algo urgente e necessário.

Se analisarmos o governo brasileiro nos últimos anos, nós temos 48% do orçamento, ou seja de tudo que o Brasil arrecada com os impostos mais caros do mundo, para o pagamento do juro da dívida, não para o pagamento da dívida propriamente dita e temos 29% comprometidos com o nosso sistema de INSS onde existem grandes distorções de classes. Ou seja, 80% do orçamento trilionário brasileiro está comprometido com interesses de meia dúzia de pessoas sobrando apensa 20% para investir em saúde, educação, segurança, geração de empregos, segurança externa, meio-ambiente, ciência e tecnologia, estradas, portos, aeroportos, e tudo mais que o nosso povo precisaria para crescer. Não estamos pregando um descumprimento de contratos, mas sim uma simples racionalização e uma tomada de consciência em cima desses números para que, havendo uma modificação, se possa ter finalmente uma gestão efetiva. Uma gestão em que o Estado em conjunto com a iniciativa privada possa fazer as reformas necessárias e os investimentos necessários e consequentemente teremos um aumento muito grande do dinheiro circulante, uma diminuição da burocracia e um aumento estratosférico dos negócios bem como o melhor bem estar a todos.

Se nós não nos conscientizarmos que no Brasil, por exemplo, entre 6 a 8 famílias tem um faturamento equivalente ao de 130 milhões de brasileiros juntos e que estas famílias não tenham um imposto de tributação especial e que esta desigualdade é algo irracional, os pequenos, médios e até grandes negócios não tem campo fértil para prosperar. Poderíamos citar muitos exemplos, mas a atual situação nada mais é para o Brasil e para o mundo do que um alerta de que as coisas não vão bem e que precisam ser reestruturadas.

2. Quais as orientações, conselhos que você pode dar a empreendedores para reinventar os negócios durante e após a pandemia?

Primeiro conselho seria para o empresariado brasileiro conhecer a realidade do Brasil, conhecer o governo, as autarquias, as micro e as macro regiões brasileiras, as riquezas, e principalmente conhecer a desigualdade social que assola o nosso povo. A partir dessa experiência o empresário, com a força que tem, começar a se conscientizar que ele precisa ser mais ativo nas decisões políticas pois sem políticos com uma nova visão o empresário brasileiro vai continuar vivendo num pais burocrático, pesado, de baixa competitividade, com baixa ciência e tecnologia e com tudo para ser uma das maiores potencias do mundo.

O segundo conselho é que ao conhecer tudo isso ele comece a aplicar isso na sua própria empresa. Procurando, dentro da racionalidade, diminuir as injustiças e desigualdade social naquele núcleo. Desta forma, aumentando a auto estima, a energia e a força de seus colaboradores que na verdade são a empresa, pois o CNPJ é apenas um número. A empresa é a some de seu dono e as pessoas, e o reflexo dessa empresa é o reflexo dessas pessoas.

O terceiro conselho é procurar se auto qualificar em cursos e proporcionar o mesmo aos seus funcionários. Porém ao fazer os cursos, aplicá-los no mundo real e não ficar apensa na teoria.

E por último o empresário brasileiro que é muito competente e extremamente empreendedor criar a consciência e o sentimento interno de sempre que ele fizer negócios procurar primeiro atender a necessidade de seu cliente e não o dele, pois seguindo essa “lei” o seu bom resultado será apensa uma consequência.

3. Quais as dicas que você pode dar para estratégia de marketing das empresas?

O marketing que é ensinado nas faculdades, assim com quase todas as ciências, infelizmente é passado para os alunos e os formandos apenas uma parte da verdade então aquilo que se condicionou nos últimos 70 anos como estratégia perfeita de marketing e que muitas vezes funciona é prender o cliente ou milhares de clientes em processos, em parte ilusórios, para ganhar dinheiro. Isto muitas vezes funciona, mas por um tempo determinado.

O novo marketing é o marketing da transparência, da verdade, da qualidade do seu produto e da verdadeira satisfação do seu cliente pois se o cliente não se sentir pressionado, se sentir acolhido e sentir a verdade, ele estará sempre consumindo ou fazendo negócio com essa empresa, pois para ele é como estar em casa.


 4. O que você observou de mais importante e influente no mundo dos negócios nesse novo tempo? Quais as novas diretrizes que fazem parte desse cenário?

De mais importante foi que nem o mundo científico e nem o mundo dos negócios estava pronto para nada. Um simples vírus conseguiu destruir com a economia mundial em 6 meses. Isso é a realidade nua e crua e a prova contundente do que falamos acima, que algo está errado pois pensemos bem: uma economia que está sendo construída ao longo de gerações se está sobre bases solidas ela se destrói em 6 meses seja por qual for o motivo ? ou talvez a tão propagada segurança que era feita pelo marketing social não estava tão correta? São questionamentos que os grandes empresários e os países mais importantes do mundo precisam fazer.

Importante salientar também a grande capacidade de superação de centenas de milhares de pequenos e médios empresarios que ao suor e sacrifício quase indescritível conseguiram sobreviver demonstrando que o ser humano intrinsicamente é dotado da auto superação. O que ele realmente precisa é de um sistema que o empurre para frente e não um sistema que o coloque de joelhos, seria importante as pessoas se questionarem isso. Muitas vezes não queremos questionar a nossa própria verdade mas se o fizermos vamos ver que não e tão ruim assim, mas claro muitos vão tratar isso como uma conversa de sonho ou de idealismo porque a melhor forma de combater uma nova idéia é transformar ela em algo ilusório para simplesmente poder manter o status quo atual que se demonstrou fraco e frágil. Os médicos discutem entre si, os cientistas correm alucinados, os políticos emitem decretos e retiram decretos totalmente perdidos, os hospitais mudam de protocolo a todo o momento, o poder judiciário paralisou, as famílias não sabem o que é verdade e o que é mentira, se toma o remédio X ou o Y, se acreditam no medico X ou Y, os mais renomados bancos projetam quedas astronômicas na economia. Se um vírus em 6 meses fez isso, em apensa 6 meses já não seria o suficiente para pelo menos nos questionarmos que algo pode estar errado?

Não existem novas diretrizes, pois todas as “verdades” caíram por terra como demonstramos acima e como o mundo assiste. Só existe o caminho de uma mudança gradual na forma de visão de mundo, de economia, de governo, para construirmos uma sociedade mais sólida e mais preparada. Por exemplo, se nós tivéssemos criados cidades planejadas no mundo com até no máximo 200 mil habitantes e não cidade com 5, 10, 15 milhões de habitantes, com esta simples ação diminuir a propagação desse vírus em 50 a 80% teria sido mais fácil. Ou seja, será que nunca ninguém pensou nisso? Ou simplesmente o sistema não permite? Eu não acredito que as centenas de geniais mentes que passaram pelo sistema de governo do mundo não tenham pensado numa ação tão simples quanto esta. Mas muitas vezes preferimos gastar trilhões de dólares na geração de bombas atômicas para matar nossos irmãos, do que usar esse mesmo dinheiro para fomentar novas cidades inteligentes, o mundo dos negócios e justiça social. Governar é uma questão de escolha, você decide: o dinheiro pode ser utilizado com bombas atômicas ou com geração de empregos, você decide qual a prioridade, você decide a quais interesses se submete; os de um sistema que demonstra claramente a sua fraqueza ou os interesses de 8 bilhões de pessoas.

5. No rumo de atuação da BG, como esse cenário mudou a captação de players para projetos, para aquisição e alianças empresariais?

Mudou apenas a velocidade, que se tornou mais lenta em função da paralização social pois a BG já estava preparada para dificuldades econômicas do atual sistema. Nós precisamos, como empresa, nos readaptarmos ao tempo que passou a ser diferente, creio que esse cenário venha somar com a missão da BG que é de construir negócios em cima de um novo sistema pois como falamos acho que ninguém tem dúvidas da fraqueza que se demonstrou a atual forma de fazer negócios, de gerir dinheiro e dos governos do mundo pois simplesmente nós assistimos as grandes mentes do mundo atônitas e perdidas, onde o governo diz uma coisa a Organização Mundial de Saúde diz outra, outro país diz outra e a imprensa diz outra. Isso nada mais é do que a prova cabal de que não estávamos preparados para nada.

Se entendermos o recado, as grandes mentes do mundo elaborarão um projeto e passamos gradualmente a ter um novo sistema e nos preparamos para melhores tempos e para enfrentar de forma digna as novas adversidades que virão e não ficarmos como o planeta atônitos e perdidos em todos os âmbitos.

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